quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Entrevista com a banda Offal (death metal old school)





1-ANDRÉ PRIMEIRAMENTE AGRADEÇO A SUA ATENÇÃO DADA A ESTA HUMILDE ENTREVISTA. POR FAVOR, RESUMA O INICIO DA CRIAÇÃO DO OFFAL SEU SIGNIFICADO E OS OBJETIVOS ATRAVÉS DO MESMO.
André: Olá Paulo, como vai? Nós é que agradecemos a oportunidade amigo, obrigado! As atividades da banda tiveram início em 2002 quando ainda se chamava Orgy in Excrements, mas apenas em 2003, após algumas mudanças de formação tivemos a formação propriamente dita do Offal. A banda teve início apenas como um projeto entre amigos, um passa-tempo de final de semana, onde nos reuníamos apenas para tocar alguns covers das antigas bandas que sempre gostamos como Sodom, Destruction, Sarcófago, Death, Autopsy... Porém com o passar do tempo surgiram oportunidades como o lançamento do primeiro CD e convites para tocar “ao vivo”, então o Offal realmente passou a ter caráter de banda mesmo e não mais de um simples projeto. Nossos objetivos são bastante simples, queremos apenas fazer o que gostamos sem compromisso algum, tocar o bom e velho Death Metal com características da velha-escola sempre tendo isso como uma grande homenagem, uma retribuição ao que as velhas bandas do final dos anos 80 e inicio dos anos 90 fizeram e nos deixaram como legado e manter esse velho espírito vivo e presente!
2-COMO SE CONCILIA EMPREGO COM BANDA? (SHOWS, ENSAIOS)
André: Esse talvez seja nosso grande problema, pois todos nós temos rotinas de trabalho bastante complicadas, ou seja, cheias de atividades! Eu e o baterista, por exemplo, costumamos viajar bastante e ficamos fora de Curitiba muitas vezes aos finais de semana, que seriam as datas mais propicias para realizarmos qualquer atividade relacionada à banda! Essa rotina já faz com que tenhamos que cancelar apresentações e recusar diversos convites para tocar “ao vivo”, infelizmente essa é nossa realidade, por isso tocamos pouquíssimas vezes durante o ano!
3-COMO ESTA SENDO A ACEITAÇÃO DA OFFAL NA CENA? E COMO VOCÊ ENCARA AS CRITICAS?
André: Paulo, nós realmente não nos preocupamos muito com isso, procuro saber a opinião apenas daqueles que realmente fazem parte de uma realidade e já estão nisso há muito tempo, pessoas que possuem conhecimento de causa e conseguem compreender o que há por trás da banda, qual o verdadeiro intuito, as intenções, enfim... Oportunistas, fãs de ocasião, leigos, etc, eu realmente não levo em consideração, pois opiniões desses grupos realmente não fazem a menor diferença para nós, ainda mais já estando envolvido com isso tudo há quase 20 anos! A aceitação felizmente tem sido ótima, em especial do exterior, o gênero no exterior é bastante forte, tem muitas bandas, selos e apreciadores o que faz com que o respaldo seja maior! Críticas quando construtivas sempre serão bem aceitas ainda mais se vierem de pessoas com conhecimento de causa, caso contrário para mim é indiferente, não serve para nada, não soma, então apenas ignoro e sigo em frente!
Tersis: No meu ponto de vista, tivemos uma ótima receptividade até agora, porém recebemos pouco suporte. Aquele velho discurso de "apoiar a cena" se faz presente até hoje, entretanto ao passo que temos mais acesso à informação, me parece que a nova geração acaba tendo um contato mais superficial com a música. Concordo com o André com relação ao que possa surgir através de meios onde não se tenha conhecimento. É preciso entender o contexto por trás do som, pois a música vai muito além disso: conceito, letras, estética, arte, etc.
4-ALÉM DA OFFAL VOCÊ TEM ALGUM OUTRO PROJETO? COMENTE SOBRE O MESMO, SEUS LANÇAMENTOS, COMO SE DEU INICIO A TUDO, GRAVAÇÕES E SE ESTÁ ATIVA OU POR QUE ACABOU BOM FAÇA UM PEQUENO RESUMO BEM EXPLICADO!
André: Sim, todos nós estamos envolvidos em outras bandas e projetos! Além do Offal, eu tenho minha antiga banda de Gore Grind, o LYMPHATIC PHLEGM, um projeto de Groovin’ Porn Gore com o Tersis chamado CREAMPIE e um outro projeto Porn Gore a principio chamado CROTCHROT com minha amiga Angela (NECROSE) e meus amigos Cynthia e Weder (TERRORGASMO). O Tersis também tem uma banda (one man band) de Black Metal chamada LUTEMKRAT e também toca em uma banda de Metal Old-school com os ex-membros fundadores do Offal chamada AXECUTER, além de participar com o João Carlos como “session members” de outro projeto de Folk Black Metal local chamado SVARTALFHEIM. O Eduardo toca em uma outra banda de Death Metal local chamada SATYA (Ex-UMBLEMISHED) e também em uma banda de Hard Core chamada GLOCK! Exceto ao CROTCHROT que ainda está engatinhando todas as bandas já possuem material lançado ou em produção para serem lançados como é o caso do CREAMPIE e todas estão ativas!
5-O QUE VOCÊ TEM A DIZER SOBRE A CENA UNDERGROUND DE HOJE EM DIA?
André: “Cena underground”? Isso não existe já faz muito tempo, no Brasil é claro! Enquanto no exterior o pessoal realmente age de forma conjunta, apoiando selos e bandas, adquirindo material original, indo a shows e etc… aqui tudo continua a mesma m… de sempre ou pelo menos a mesma m… de bastante tempo atrás! São cada vez mais raros os consumidores de material original, os blogs de download de material se proliferam dia-a-dia, os eventos do gênero raramente conseguem levar 100 pagantes e normalmente os organizadores ficam com os prejuízos… a triste realidade é essa! Hoje é realmente muito difícil falar em “cena”, pelo menos para nós ela não existe e duvido que alguém prove o contrário!
Tersis: Todo ano organizamos um evento com bandas de fora da cidade, em algumas ocasiões com bandas de outros países e realmente vejo a dificuldade em se conseguir 100 pagantes para um show de Metal. Outro ponto é que realmente está cada vez mais difícil para as bandas distribuírem seus materiais. Não acredito que seja apenas culpa do MP3, pois de certa forma eu acredito que esse formato digital ajuda a promover as bandas. Porém com esse fator acessível, as pessoas não tem mais interesse em ter os materiais tangíveis em casa, visto que um player comporta milhares de músicas. Acho que quem acaba perdendo com isso é o próprio ouvinte, que acaba tendo um contato muito superficial com a banda e o material em questão. Para mim, nada substitui ter em suas mãos um material original, que ofereça algo além do som, como letras, fotos, informações e a arte gráfica. Sobre o cenário atual, antigamente havia muito boato e desentendimento, mas acredito que esse tipo de coisa já não está mais acontecendo com tanta frequência, o que é algo positivo.
6-PERCEBENDO QUE VOCÊS SÃO FÃS DE FILMES GORE/TRASH CASEIROS, COMO VOCÊS RELACIONAM ESTA LINHA DE FILME NAS LETRAS DO OFFAL?
Tersis: Primeiro é preciso entender e gostar muito dos conceitos abordados. Todos na banda são fãs de Death Metal e filmes de terror há muito tempo. Em nossos encontros sempre discutimos sobre discos e lembramos da infância quando assistíamos aos clássicos do horror na televisão. Tentamos captar esse clima antigo, dos primórdios do Death Metal e de alguma forma amarrar os conceitos com a estética de horror presente nos filmes. Tentamos "mergulhar" no contexto do tema ou filme específico, buscando uma forma de representar essa estética através da música.
7-BOM, EU SOU EXTREMAMENTE LEIGO EM FILMES GORES VOCÊ PODERIA DAR ALGUMAS DICAS SOBRE DIRETORES, FILMES E SUA OPINIÃO DA MESMA, TUDO BEM PARA VOCE?
André: Eu gosto de bastante coisa, em especial as feitas por esse pessoal: Petter Baiestorf, Gurcius Gewdner, Rodrigo Aragão, Fernando Rick, Ivan Cardoso, Lucio Fulci, Dario Argento, Mario e Lamberto Bava, Joe D'Amato, Ruggero Deodato, Jess Franco, Takashi Miike, Amando de Ossorio, Umberto Lenzi, Herschell Gordon Lewis, Bruno Mattei, Russ Meyer, Alejandro Jodorowsky, George A. Romero, John Waters, Lloyd Kaufman...
Tersis: Recomendo clássicos como "Evil Dead" e os antigos de zumbis como "Day of the Dead", "Dawn of the Dead", "Night of the Living Dead", "Zombie" e por aí vai...
8-OFFAL SEMPRE TEVE O “GORE” COMO TEMA PRINCIPAL?
André: Sim, desde quando a banda ainda se chamava “Orgy In Excrements” a temática sempre foi voltada para esse conceito, a princípio abordávamos temas mais direcionados ao pornô extremo e suas mais repulsivas vertentes, em especial temas como copro, Sado, bondage... devido principalmente ao nome da banda. Posteriormente quando a banda passou a se chamar Offal, um pouco dessa temática ainda foi utilizada no começo e logo após em um grande processo de transição passamos a adotar a temática orientada aos filmes “B” de baixo orçamento que seguimos abordando até hoje, mas de forma geral esse sempre foi sim o tema principal.
9-EXISTE PLANOS PARA DISCO NOVO? DIGA-NOS QUAL SE POSSÍVEL!
Tersis: Não… realmente não existem planos para um novo álbum. O novo disco foi lançado há menos de um ano e pretendemos seguir trabalhando, divulgando o "Macabre Rampages…" por um bom tempo antes de começarmos a pensar em um novo trabalho. Creio que lançar um full-length novo seja coisa para daqui dois anos ou mais!
10-ANDRÉ ME FALE SOBRE OS LANÇAMENTOS DA OFFAL E O QUE VOCÊ ACHOU DE SUAS PRODUÇÕES?
André: Splits com DECREPITAPH e ANATOMIA: Ambos foram lançados recentemente e nosso percentual de cópias já se esgotaram por aqui, porém ambos encontram-se disponíveis e podem ser adquiridos através dos selos que os lançaram, NO POSERS PLEASE (Noruega) e GRIND BLOCK RECORDS (Itália). Quem tiver interesse em adquirir esses materiais deve se apressar, pois ambos são bastante limitados. Esses materiais são bastante importantes para nós pelo fato de termos conseguido lançar o Offal em diferentes formatos, principalmente o vinil que realmente sempre foi e sempre será um grande atrativo para os fãs de Death Metal, pois creio que existe um certo romantismo, a história do formato clássico por trás disso tudo e isso é realmente muito especial! As músicas presentes nestes lançamentos são da mesma sessão de gravação do "Macabre Rampages…" ou seja, mais Death Metal da velha escola, pútrido e grotesco!
11-PERCEBI QUE ROLOU UM CLIPE EXTREMAMENTE EXCELENTE, ALÉM DISSO, QUERIA TE PARABENIZAR PORQUE É MUITOOO FODA! O CLIP SE CHAMA ‘TRIAL OF THE UNDEAD’ PODERIA CONTAR COMO TUDO ROLOU DESDE O INICIO, OS CONVITES E IDEIAS PARA O MESMO!
Tersis: Obrigado! O processo foi bastante interessante: Recebemos um convite de uma amiga de longa data para produzir um videoclipe para seu curso de web design de uma faculdade local. Eles queriam produzir o material focado em cinema “trash” e terror em geral, especialmente zumbis. Foi então que aceitamos a proposta de produção e oferecemos a faixa “Trial of the Undead“. A equipe teve apenas uma semana para organizar e produzir todo o material para as gravações. Tivemos o apoio de uma grande equipe, cada um fazendo um item específico de toda a produção: roteiro, make-up, câmera, transporte, equipamentos de som, alimentação, locais de filmagem… Para mais informações sobre a produção e para ver o resultado final, basta acessar o hot site: http://www.trialoftheundead.com/.
12-ROLOU ALGUM CONVITE PARA TOCAR FORA DO PAÍS E ONDE FOI?
André: Esse talvez seja um dos grandes objetivos de qualquer banda, infelizmente para nós devido a nossa conturbada rotina eu diria que seria algo praticamente impossível para o Offal, pois mal conseguimos tocar por aqui, imagine se organizar para tocar fora do país!
13-EXISTE CENA LOCAL EM SUA OPINIÃO? PODERIA CITAR BANDAS, ZINES, DISTROS...
André: Curitiba sempre teve forte tradição em bandas nos mais diversos gêneros, porém quanto ao Death Metal especificamente houve sim uma cena bastante forte até meados dos anos 90 com grandes bandas como Infernal, Hecatomb, Entrails, Iced, Fornication, Subversive... havia também um público bastante grande, muitos eventos com bons públicos, enfim... Atualmente ainda há bastante coisa sendo realizada por aqui, novas bandas, público reciclado, eventos realizados com certa rotina, mas na minha opinião com características bastante distintas do passado, enfim... Algumas bandas atuais que devem ser checadas são: Axecuter, Lutemkrat, Terrorgasmo, Crunch Delights, Necrose...
14-DEIXE SEU COMENTARIO SOBRE O SHOW DE ESTRELA QUE FOI REALIZADO 16/04, OQUE VOCÊ ACHOU DO PUBLICO GAÚCHO?
André: O “Severed Survival” em Estrela/RS fez jus ao nome, ou seja, EXCELENTE! Realmente foi uma ocasião muito especial para todos nós, gostamos muito realmente de ter tocado aí no RS e esperamos voltar outras vezes! A recepção foi a melhor possível como sempre deveria ser, um exemplo realmente para quem tem interesse em organizar eventos como este! Foi ótimo rever velhos amigos, reencontrar muita gente especial e claro fazer novos amigos! Um grande abraço aos nossos grandes amigos Marcelo Lopes e Elisabete Freiberger pela organização do evento e a todas as bandas que tocamos juntos naquela noite especial e claro a todos que compareceram, mais uma página escrita na inconfundível e inigualável história do Splatter do Rio Grande do Sul.
Tersis: Realmente foi muito legal participar desse evento. Foi uma experiência nova tocar no Rio Grande do Sul e ficamos muito contentes com a receptividade das pessoas. Devemos agradecer a organização que fez tudo correr muito bem, às bandas que dividiram o palco e ao público que agitou muito e curtiu o show. Voltamos extremamente cansados, mas cada minuto valeu a pena!
15-ANDRÉ É COM EXTREMO PRAZER QUE REALIZO ESTA ENTREVISTA E TE DEIXO UM GRANDE ABRAÇO GOREMETAL E DEIXE SUAS ULTIMAS PALAVRAS “DOENTIAS’!
André: Obrigado Paulo pelo apoio e amizade, foi um prazer conhecê-lo pessoalmente no RS! Comprem materiais originais, apoiem as bandas e principalmente os selos comprando material original, dessa forma será possível que outras bandas tenham a oportunidade de lançar material oficial e que os lançamentos não se concentrem apenas em “nomes consagrados”! Foda-se o download, blogs de download e todos aqueles que promovem e apoiam esse tipo de prática!
Tersis: Muito obrigado pelo apoio. Aproveito para convidar a todos para acessarem nosso site oficial: www.offalgore.com lá temos muitas informações sobre o Offal, além de links para outros canais como MySpace (www.myspace.com/offalxxx), ReverbNation (www.reverbnation.com/offal), YouTube (www.youtube.com/offalgore) e muitos outros. Continuem conferindo o site, pois estamos sempre atualizando com mais novidades.




Feast for the Dead
2010, 9/Sep
Lyrics: Elektrokutioner
Music: C. Mass

A boat adrift at sea
With only one on board
The first undead creature
Of this creepy zombie horde

An officer is dead and now
The question will begin
How to stop this outbreak of ghouls
That will eat all your skin?

She strips nude and swims
To where it’s cold and dark
Now it’s the horror battle
Between a zombie and a shark

Do whatever you must to avoid
The deadly flesh bites
Ancient tribe superstitions
And macabre voodoo rites

On this uncharted island
That time has since forgot
The dead are rising up
From their burial plots

They are here for the crazy doctor
And his poor wife
Beware the creeping plague of the dead
That has come back to life

They want you to die
A splinter in your eye

Macabre rampages
Splatter savages

Feast for the dead
Feast for the dead
Feast for the dead
Feast for the dead
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tradução- Festa para os mortos
2010, 9/Sep
Lyrics: Elektrokutioner
Música: Massa C.

Um barco à deriva no mar
Com apenas uma a bordo
A primeira criatura morta-viva
Desse horda de zumbis creepy

Um oficial está morto e agora
A questão começará
Como acabar com este surto de ghouls
Isso vai comer toda a pele é seu?

Ela tiras nua e nada
Para onde é frio e escuro
Agora é a batalha horror
entre um zumbi e um tubarão

Fazer o que você deve evitar
a carne mortal mordidas
superstições antiga tribo
E ritos macabros voodoo

Nesta ilha desconhecida
Esse tempo, desde então, esqueci
Os mortos estão levantando
de suas parcelas de enterro

Eles estão aqui para o médico louco
E a sua pobre esposa
Cuidado com a praga insidiosa dos mortos
que chegou de volta à vida

Eles querem que você morra
Uma lasca em seu olho

Rampages macabra
Splatter selvagens

Festa para os mortos
festa para os mortos
festa para os mortos
festa para os mortos
 













Um comentário:

  1. grande banda de curitiba criada por pessoas com espirito da velha escola e fãs de fanzines,discos,fitas kassetes e muito mais...

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